Como a tecnologia pode ajudar na escolha da carreira e do curso universitário?
Mesmo que inconscientemente, pensar no […]
10 de janeiro de 2024Mesmo que inconscientemente, pensar no […]
10 de janeiro de 2024Mesmo que inconscientemente, pensar no futuro é um convite constante em nossas vidas. Imagine só: de manhã, ao sair da cama, você já começa a realizar escolhas que podem parecer simples, mas que irão impactar o resto do dia. Optar por ir ao trabalho trajando uma camiseta de manga curta (de tecido leve) ou uma camisa de manga comprida (de tecido grosso)? Antes de sair de casa, tomar apenas café preto ou desfrutar de um café da manhã balanceado, com frutas, proteínas e carboidratos? Ler as notícias do dia ou ficar navegando pelas redes sociais durante o trajeto no transporte público? E para ir: ônibus, táxi ou Uber?
Estes são apenas exemplos de deliberações que fazemos de forma natural, afinal, elas ocorrem sempre. Para as crianças, escolhas como essas – simples, porém necessárias – acabam sendo uma espécie de treino, assim, conforme forem crescendo e amadurecendo, poderão tomar decisões que terão consequências duradouras.
Uma dessas decisões determinantes que acontece no momento da adolescência e traz repercussões nos caminhos que serão trilhados no futuro, é a famosa escolha da profissão: esta definição irá influenciar tanto na carreira a ser seguida, no curso profissionalizante ou universitário que será selecionado, quanto no próprio estilo de vida pessoal.
Para os estudantes do Ensino Médio, esta é uma tarefa desafiadora, pois estamos falando de jovens que não tiveram a oportunidade de explorar várias carreiras ou entender completamente o que cada profissão proporciona. Algo nada simples, certo? Com certeza! Imagine só: em 2022, o Ministério do Trabalho registrou 2.422 ocupações na Classificação Brasileira de Ocupações. Em meio a tantas opções, como decidir?
Assim, em um momento em que os alunos ainda estão se transformando, mudando de interesses, lidando com as pressões familiares, dos amigos e dos professores, enfrentando medos, incertezas, expectativas, é fundamental que tanto a família quanto a escola possam dar o suporte necessário que eles tanto precisam.
Mas como ajudar?
Antes de respondermos esta pergunta, é sempre bom lembrar que o que os especialistas em educação aconselham é que a decisão de trajetória acadêmica e profissional deve ser algo que parta do próprio estudante, que ele seja protagonista da sua escolha, pois assim se sentirá engajado e motivado a trilhar o caminho escolhido. Por isso, pais, responsáveis, professores, ou mesmo psicólogos e orientadores vocacionais, podem contribuir para que o interesse sobre as escolhas que impactarão o futuro seja despertado. Porém, este é um movimento que deve partir do próprio jovem.
Outro ponto fundamental que deve ser lembrado é que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê o projeto de vida, uma dimensão abordada no documento, com maior ênfase no Ensino Médio, que visa preparar os alunos para a vida adulta, incentivando a autonomia, a responsabilidade e a capacidade de tomar decisões sobre seu futuro. Sendo assim, esta é uma iniciativa que a escola consegue trabalhar com os estudantes em momentos planejados, contribuindo para o processo individual de cada aluno.
Entretanto, o que gostaríamos de explorar por aqui hoje é outra forma de contribuir para a orientação profissional e para a escolha do curso universitário: a tecnologia. Atualmente, existem recursos e ferramentas importantes e úteis que podem ajudar os estudantes.
Vamos lá?
Pode parecer óbvio, mas uma das principais possibilidades que a tecnologia oferece é o acesso a informações: com apenas alguns cliques, os estudantes podem pesquisar detalhes sobre diferentes profissões, salários, perspectivas de emprego e requisitos acadêmicos que as ocupações exigem, com facilidade. A internet tornou mais fácil do que nunca acessar todos esses tipos de informações que, antes, estavam condensadas em publicações anuais, os famosos guias.
A facilidade de acesso às informações tem esse lado positivo, entretanto, também possui um lado desafiador: por onde começar? Em meio à uma quantidade enorme de estímulos e de fontes de pesquisa e referência, como saber no que confiar e como filtrar todos os dados e materiais disponíveis?
Uma dica para começar a saber qual área o estudante tem maior habilidade e predisposição é acessar plataformas e aplicativos online que oferecem testes de aptidão, personalidade e interesse. Este tipo de experiência pode ajudar os estudantes a identificarem suas inclinações e preferências, pois as avaliações podem sugerir carreiras e cursos que correspondam ao perfil do aluno.
Desta forma, um grande filtro já será feito, contribuindo para que o aluno convirja os olhares e esforços para áreas mais delimitadas. Assim, a tecnologia personaliza a experiência na busca de informações sobre educação, permitindo que os estudantes explorem cursos e currículos que se alinhem melhor com seus objetivos de carreira e de estilo de vida.
Outra maneira de explorar as profissões e as carreiras é acessar as redes sociais e comunidades online; plataformas em que os estudantes podem se conectar com pessoas que estão estudando ou trabalhando nos campos de interesse por meio de chats e fóruns virtuais. Isso permite que os alunos vislumbrem uma trajetória acadêmica e profissional de maneira mais “real”, pois as informações provêm de fontes primárias. Em outras palavras, as informações e os depoimentos são de pessoas que estão vivenciando carreiras e cursos específicos, no tempo presente.
Quando o estudante já tiver alguma área de maior afinidade definida, é válido acessar os recursos de pesquisa de faculdades, como por exemplo, os sites de classificação de universidades, que fornecem informações sobre programas acadêmicos, reputação das instituições e depoimentos de ex-alunos. As próprias instituições de ensino também disponibilizam conteúdos sobre as instalações, seus recursos estudantis e as metodologias educacionais. Um recurso disponível que as plataformas das instituições de ensino já oferecem são os mecanismos de realidade e visitas virtuais. Algumas instituições oferecem tours online, permitindo que os estudantes explorem a infraestrutura e os equipamentos educacionais sem sair de casa.
Este tipo de informação e de conteúdo, em grande parte das vezes, serve como estímulo, pois o estudante consegue imaginar-se no futuro, colocando-se em outro lugar, isto é, já como estudante universitário.
Outra possibilidade que muitas universidades, faculdades e institutos educacionais possuem são plataformas online que fornecem orientação personalizada aos estudantes, o que chamamos de aconselhamento: podem incluir chats ao vivo, videochamadas, podcasts, vídeos e artigos com a participação de conselheiros acadêmicos, profissionais de carreira e coordenadores pedagógicos. Assim, os futuros alunos podem tirar dúvidas e dialogar sobre suas incertezas e perspectivas.
A angústia de não saber o que esperar do futuro acadêmico e profissional pode ser um impeditivo para que os estudantes atinjam os seus objetivos. Assim, uma sugestão é fazer imersões nas áreas de maior interesse em cursos online gratuitos, que permitam que os estudantes experimentem diferentes áreas de estudo antes de tomar uma decisão mais sólida.
Quando os estudantes já possuem um foco, isto é, já sabem quais são as áreas para as quais desejam direcionar seus estudos, uma possibilidade são os aplicativos de planejamento acadêmico, que contribuem para definir planos de estudo para realizar testes e etapas classificatórias para ingresso nos cursos, rastrear os pré-requisitos de graduação e definir metas acadêmicas.
Por fim, é válido que os estudantes troquem experiências com outros jovens que também estejam nesta etapa da vida, para poderem compartilhar saberes e informações de forma próxima e prazerosa. Sendo assim, as formas de comunicação online possibilitam que os estudantes dialoguem e deem suporte mútuo, mesmo estando em locais diferentes, ou até mesmo em outros locais do mundo.
Vimos que esta fase da vida não é muito simples, entretanto, hoje, com a tecnologia e o mundo com as fronteiras abertas, as possibilidades de captar informações e conhecimento é bastante ampla, o que pode contribuir para que os estudantes se sintam mais confortáveis e seguros para fazerem uma escolha bem diferente do que aquelas que trouxemos no início do texto: não irão decidir apenas a roupa que sairão de casa, mas realizarão a escolha que impactará o futuro!